Essa tirinha do Will Leite é uma boa brincadeira para demonstrar o que acontece com alguns inplicantes
de astrologia por aí. Ao encontrar uma ou outra característica que não se identificam, elas já começam a duvidar de todo conhecimento astrológico.
Frequentemente leio piadas por aí de como os librianos são indecisos por serem desesperados em serem aceitos, quando na verdade a grande maioria simplesmente está fugindo do conflito. De participar de um bate-boca irracional. Ah, não é a mesma coisa? Não, não...
Para começar, repare nas perguntas que um Libriano faz a cada nova argumentação contrária. Suas palavras podem não ser agressivas, em um tom de ataque, mas analise a sentença. A certeza antes do ponto de interrogação. O escudo vira uma arma precisa que não apenas defende, mas cerca o inimigo, leva-o a perceber seu grande erro. A questão é QUANDO o libriano resolve usá-lo. …
Um Mapa Natal é um sistema que demonstra muitas potencialidades. Como falamos anteriormente, 12 clientes foram convidados para desenvolver um trabalho criativo inspirado na sua identificação com o próprio signo. O convite incluí questionamentos e frases para eles se inspirarem e criarem algo que demonstre essa relação. A cada mês, sairá o trabalho relacionado ao signo (solar) vigente naquele período e veremos o quão flexível pode ser esse simbolismo astral. Já vimos Leão e Virgem, agora é a vez do signo de Libra ser explorado.
Luis Paulo Fernández
designer. 24 anos*. libriano
À primeira vista introvertido e muito sério, Luis é um desses librianos que surpreende ao falar o signo. Então, entre uma fala clara e polida, você descobre que ele é músico, tem uma banda, toca em vários bares pela cidade e naturalmente rola a dúvida de “mas … ele não é tímido?”. Nope.
Muitos esperam um extrovertimento acima da média dos signos de ar, como se todos fossem loucos por um diálogo qualquer. Bem, é verdade que Libra adora uma boa conversa, mas não é incomum que eles analisem o ambiente antes de dizes qualquer palavra para ver se está ou não se metendo aonde não deve.
E podemos ver no olhar de Luis essa análise, a espera libriana do momento em que, talvez, suas falas poderão ser mais importantes do que te ouvir. Até em um diálogo banal,
a tendência é buscar o equilíbrio entre ouvir e falar.
O equilíbrio eterno da balança.
A relação com o esteriótipo
Ao ser perguntado sobre sua maior identificação com o signo, ele escolheu a diplomacia, é, a famigerada característica que zoam tanto os librianos como “os panos quentes”...
“É muito difícil me ver querer estar entrando em uma briga ou confusão, tenho um pouco isso de querer sempre resolver tudo passivelmente, justo, que agrade os dois lados, na conversa. Acho que isso tem um pouco dos panos quentes, tudo pode ser resolvido com 'Calma, tá tudo bem. Vamos conversar, o que você está pensando?' e assim resolver todo o assunto em conjunto e todos saírem ganhando."
A tendência é o libriano sentir constamente que está entrando em uma casa de chá, silenciosa, frágil e polida, e, se ele se comporta perfeitamente bem nesse ambiente, por que os outros não podem fazê-lo? Ah, se toda a sociedade se preocupasse realmente em agir de maneira a não ultrapassar os limites do outro... A busca pela imparcialidade e neutralidade pode deixá-los a mercê de quem tem iniciativas mais egocêntricas, e aos poucos a ficha pode cair que talvez seja necessário falar em um tom mais alto para chamar um atendente na casa de chá. Ou que é preciso reclamar quando trouxerem a bebida errada.
Cauteloso sim, indeciso não!
"Indeciso! Em cima do muro! Dependente! São características que andam muito presentes na vida de librianos, e consequentemente, na minha. Na verdade, como bom libriano, não concordo e nem discordo, odeio! Acredito que não é que somos pessoas sem vontade própria, perdidos, que não lutam pelo que querem, mas só estamos tentando entender todos os diferentes pontos de vista que a questão pode nos oferecer antes de tomar qualquer posição sobre o assunto. E sim, é ótimo ter a capacidade de parar diante de um problema, poder pensar, analisar todos os lados, refletir, e por fim tomar uma decisão sábia. Mas também confesso que as vezes seria tão fantástico poder escolher uma opção e pronto, sem ser assombrado logo em seguida por dúvidas como 'será que fiz a escolha certa?' hahaha”."
O que muitos veem como indecisão, os librianos em si tendem a ver como uma busca
da perfeição. Além do trabalho postado aqui, recebi mais três para escolher qual eu (eu?!) queria usar. Perguntei qual era o que ele gostava mais e, depois de citar todos os problemas de todos os vídeos, Luis revelou que a meta inicial era o que coloquei aqui,
mas “essa da praia apareceu um pedacinho da tablet com a letra”.
É uma tendência perceptível em vários librianos, a nóia do “olha aquele micro pedaço que precisamos consertar”. Ao ler sobre os mitos de libra observa-se muito desse simbolismo: a balança é o instrumento que uma deusa usava para analisar a justiça dos homens, a última divindade que restou entre os mundanos. Claro, que não podemos esquecer Vênus, o planeta relacionado ao signo, ao observar os mitos de Afrodite (Vênus para os romanos), podemos ver sim como a busca pela harmonia pode levar a vaidade quando em excesso. Porém essa cobrança em acertar vem muito mais dessa visão da harmonia como um ideal de vida do que a vaidade da reles aceitação social.
Banjo e amor
Como já falei, Luis é baixista de uma banda de rock e escolheu o suporte musical para explorar o signo. Ele começou estudando bateria, foi para o violão e, quando entrou na banda em 2006 que focou em estudar o baixo. Contudo o banjo faz parte de suas experimentações musicais e foi o instrumento escolhido para o vídeo do projeto. A inspiração da música em si veio de uma das frases de Malcom X que acompanhava o convite: Ele precisava dos olhos dos outros para ver-se, e dos sentidos dos outros para sentir-se
“Dentro dos muitos sentidos que esta frase pode levar, interpretei como que ele tenta dizer que para se ver é preciso se espelhar, enxergar seus erros no outro, notar o que há de errado em você vendo suas falhas nos outros, notar seus sentimentos através do que outros sentem. No caso do meu projeto, escolhi passar a mensagem do sentir amor através do amor que uma pessoa passa a você e isso através da música, que é meu ponto de fuga, faz transformar minhas dores de cabeça em momentos de paz. E não seria um melhor modo libriano do que um jazz standard clássico, com uma paisagem bonita e tranquila."
Libra por Luis Paulo Fernández
Fly me to the moon é uma música de 1954, mas foi popularizada por Frank Sinatra uma década depois. Interessante perceber a relação libriana não apenas com a constante busca da harmonia com um parceiro (com o mundo!), mas o próprio jogo de palavras da letra lembra a maneira de conversar dos librianos. “In other Words...” “em outras palavras” faz parte da eterna sedução para esboçar seu ponto de vista sem denegrir a opinião do outro.
Para saber mais sobre o Luis, acesse os links abaixo
Portifólio - https://www.behance.net/lpeeee_design
Banda - http://offsetoficial.com.br
* Essa postagem foi feita em 2017